terça-feira, 1 de junho de 2010

Prevenção

Segundo o Dr. Içami Tiba, se existe uma maneira de evitar o uso indevido de drogas, com certeza , está na família e na escola, através da educação anti drogas. Desse modo, a criança aprende, dentro de casa e depois na escola, a cuidar bem de si mesma, a respeitar-se como é, sem ter de usar drogas para se valorizar ou se auto-afirmar perante os outros. Além disso, ter consciência de que seu corpo não é uma lata de lixo onde se introduzem drogas, nem num laboratório químico que tudo precisa experimentar.

Abaixo, um texto extraído sobre como a comunidade e os pais devem actuar no combate ao uso de drogas:

01. Abordagem precoce – Uma escritora americana, Peggy Mann, escreveu um livro ontológico, cujo título no original é Twelve is too old (Doze anos já é tarde). Segundo a autora, deve-se começar a educar sobre as drogas mesmo as crianças de 9, 10 e 11 anos. As melhores escolas do país trabalham questões como sexo e drogas logo nas 5ªs séries. Quanto mais cedo for iniciado o ensino, melhor.

02. Programas educativos – Colaborar para estabelecer programas educativos permanentes sobre drogas nas escolas, ou mesmo fora delas. Tais programas devem ser destinados a crianças, adolescentes, jovens e adultos. Esses programas devem visar, inicialmente, à capacidade humana no sector, isto é, antes de educar nossos filhos, precisamos educar pais e mestres. É necessário formar multiplicadores para tal trabalho educativo.

03. Mobilização da comunidade – Mobilizar a comunidade para participar do projecto. Cada pai ou líder comunitário deve empenhar-se para a execução dos debates e palestras sobre o assunto, principalmente aqueles que visam à orientação de leigos.

04. Levantamentos estatísticos – Levantar a extensão do problema. A aplicação de questionários sigilosos, após palestras, conferências, cursos e aulas sobre drogas é uma boa medida. Os questionários devem ser preparados por especialistas neutros que não estejam envolvidos com o programa, para se evitar erros ou omissões e devem ser feitos de maneira a preservar rigorosamente o anonimato. Não devem ser aplicados aleatoriamente, mas após orientações correctas e adequadas do público alvo, procurando-se captar sua confiança para se obter respostas sinceras e confiáveis.

05. Oferta de novas actividades – Ampliar e diversificar as oportunidades, promovendo ocupações e lazer onde a droga não tenha lugar. Nesse sentido, é importante oferecer uma gama variada de actividades desportivas, recreativas, culturais, científicas, serviços à comunidade e outros. Estimular a imaginação criadora das crianças, adolescentes e jovens, apoiando-os nessas iniciativas, é outra excelente opção.
06. Estabelecimento de metas – Estabelecer metas realistas e humanamente viáveis. Por exemplo, pode-se estabelecer como uma das metas o uso corretor dos tranquilizantes sob orientação médica, como armas terapêuticas valiosas nos casos em que são bem indicados, e não querer eliminá-los simplesmente da terapêutica. Outro exemplo, é lutar para que os pais não ofereçam bebidas alcoólicas ou cigarros aos seus filhos, e não querer torná-los (os pais) totalmente abstémios.

07. Incentivo à formação de profissionais – Arregimentar (nos programas ou campanhas de prevenção) profissionais com formação especializada (médicos generalistas, psiquiatras, psicofarmacologistas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, bioquímicos) ou pessoas com habilitação básica em saúde, educação, serviço social e áreas afins. É importante salientar que deve ser utilizada uma linguagem próxima do público alvo.

08. Cursos de preparação – Organizar cursos de extensão, congressos, seminários, simpósios, cursos de férias, cursos de especialização e outros nas diferentes áreas do abuso de drogas, a fim de preparar multiplicadores e adquirir recursos humanos no sector.

09. Estabelecimento de programas – Estabelecer, com realismo, os programas a serem cumpridos de modo que possam atingir realmente a população alvo. Por exemplo, não podem ser idênticos os programas destinados aos menores de rua (onde o uso mais comum é o de solventes voláteis – cola de sapateiro e outros) e programas dirigidos aos alunos de escolas particulares (onde geralmente é mais comum maconha e anfetaminas, e algumas vezes a cocaína). Isto sem falar nas profundas diferenças socio-económicas dessas populações-alvo.

10. Mobilização da opinião pública – Mobilizar a opinião pública através de encontros, jornadas, seminários, concursos de slogans, cartazes, temas, frases, mensagens. Principalmente, junto aos jovens. O objectivo de tais empreendimentos é destacar a gravidade do problema e retratar suas repercussões no meio social. Este tipo de prevenção é, tecnicamente, chamado de prevenção primária e, segundo a Proposta para uma Política Nacional de Drogas, elaborada pelo Conselho Federal de Entorpecentes em 1992, tem a finalidade de: a) antecipar-se ao início da experiência do uso de drogas, experiência essa – vivenciada em diferentes planos – do grupo familiar, da comunidade escolar, do meio profissional e do virtual usuário; b) atalhar o aprofundamento do uso experimental; evitar problemas decorrentes do uso de drogas; o abuso e a dependência, que são efeitos primários, e os efeitos secundários. Antes de continuar, vamos conhecer os factores de risco que a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu para considerar uma pessoa mais propensa ao uso de drogas: sem adequadas informações sobre os efeitos das drogas; com uma saúde deficiente; insatisfeita com sua qualidade de vida; com personalidade deficientemente integrada; com fácil acesso às drogas. Em contrapartida, a pessoa com menor possibilidade de utilizar drogas seria aquela: bem informada; com boa saúde; com qualidade de vida satisfatória; bem integrada na família e na sociedade; com difícil acesso às drogas.

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